quarta-feira, 20 de julho de 2011

PROJETO CRIAR É ALTERNATIVA ECONÔMICA, SOCIAL E AMBIENTAL PARA O SEMIÁRIDO BAIANO

Por Wellington Nery



Produtores rurais, representantes de entidades parceiras e do governo prestigiaram o evento

Foi apresentado na sexta-feira (15), na sede das Fazendas Reunidas Rio de Contas LTDA (RIOCON), no distrito de Catingal, no município de Manoel Vitorino, a 380 km de Salvador, o projeto Criar (Centro de Referência, Integração e Afirmação da Região Semiárida), que objetiva fomentar e oferecer apoio na organização comunitária, na gestão, na tecnologia, na capacitação e na comunicação dos integrantes das cadeias produtivas da região semiárida, tendo como eixo temático o desenvolvimento social e o fortalecimento da base produtiva da caprinocultura e ovinocultura da Bahia. Ao reporta-se à metodologia de parceria estabelecida entre a Unirio e as demais instituições parceiras, o empresário e proprietário da RIOCON, Dr. Eduardo Odebrecht afirmou aos presentes: “nós não vamos trabalhar para a Unirio, vamos trabalhar com a Unirio”.

Na oportunidade, foi assinado convênio na ordem de R$ 580 mil em recursos não reembolsáveis entre a Fundação Banco do Brasil (FBB), o Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (Idan) e a Associação dos Pequenos Produtores Rurais União Rio de Contas (Unirio) para a construção de auditório, refeitório e alojamento do CRIAR em área cedida pela RIOCON. As obras terão início em agosto e após oito meses está prevista a inauguração. “Esse Centro de Referência vai dar sustentabilidade para uma região importantíssima para a Bahia, ajudando a mudar a realidade atual, garantindo um futuro melhor para essas comunidades”, disse o secretário de Agricultura da Bahia, Eduardo Sales.


O Criar servirá de espaço para integração de diversos órgãos e instituições parceiras do projeto e de outros projetos realizados em toda a bacia da Barragem de Pedra, localizada próximo ao município de Jequié. Segundo o diretor executivo do Idan, Luiz Freire Sande, “a intenção é fazer do Criar um centro de referência, não só para os próprios produtores e parceiros integrados das cadeias produtivas, mas, também, para as outras regiões”. No Centro serão desenvolvidos treinamentos e capacitações, principalmente de formação profissional rural, promoção social, empreendedorismo, associativismo, agroindústria e programas ligados a educação básica. A prestação serviços de educação e assistência médica às famílias envolvidas nas cadeias produtivas é outro aspecto focado pelo projeto.


Outro objetivo do Criar é a implantação de uma central de compras e de prestação de serviços básicos na agropecuária, fornecendo apoio à comercialização de produtos da agropecuária regional e orientação aos produtores sobre as diversas linhas de crédito existentes. Conforme o gerente de Negócios de Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Familiar do Banco do Brasil, Armando Soares, todo processo de desenvolvimento demanda crédito. “As pessoas precisam de crédito, na medida certa e na hora certa, para que ocorra de fato a melhoria da qualidade de vida e de renda das pessoas”, explica Soares.


Visando o monitoramento a avaliação das ações desenvolvidas pelo Criar, foi implantado pela Fundação Banco do Brasil no município de Manoel Vitorino a metodologia do programa de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), via elaboração de um plano de negócios, no qual são especificados objetivos, metas e ações. Para o presidente da Unirio, Ugo Lago, “o projeto Criar vai melhorar muito a vida da gente, pois com a central de compras poderemos comprar com um preço mais baixo, vamos ter mais cursos, capacitações, posto de saúde, e, quem sabe até, uma rádio comunitária FM”.


O Estado da Bahia tem cerca de 70% do seu território incluído no Domínio Ecológico do Semiárido, onde limitações de oferta ambiental impedem muitas atividades agropecuárias. O Projeto Criar foca a Microrregião do Médio Rio de Contas (MRMRC), mais precisamente os municípios de Jequié, Barra da Estiva, Iramaia, Manoel Vitorino, Maracás e Mirante, onde se verifica índice de desenvolvimento econômico (IDH) 0,563 e o menor PIB nacional/per capita - R$ 1.204,00 (Mil Duzentos e Quatro Reais), no município de Mirante. Dentre as atividades econômicas nessa região a caprinocultura e ovinocultura aparecem como, talvez, as únicas atividades econômicas capazes de, utilizando os parcos recursos ambientais, gerar emprego e renda e segurança alimentar para o contingente populacional de, aproximadamente, um milhão de pessoas que habitam a Bacia Hidrográfica do Rio de Contas.


Para Geraldo Machado (Senar/Sebrae) “as instituições estão muito interessadas em desenvolver parcerias em projetos como este que servirá de modelo para a Bahia e até mesmo para o Brasil”, destacou. O lançamento do projeto Criar reuniu representantes do governo da Bahia, do Banco do Brasil, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), do Sebrae, das prefeituras da microrregião do Médio Rio de Contas, da Associação dos Pequenos Produtores Rurais Rio de Contas (Unirio) e do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (Idan).

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