sexta-feira, 13 de maio de 2011

HOMO HOMINI LUPUS

Da natureza humana e sua relação com o Meio Ambiente

Por Wellington Nery


Ao escrever “Leviatã”, em 1651, Thomas Hobbes pretendeu dar ao Estado uma teoria de poder tal que pudesse resolver todas as contendas entre os indivíduos que, no simples estado de natureza, era beligerante entre si: o homem é o lobo do próprio homem. Desta forma, seria o Estado fruto do medo e da razão necessitarista do homem.


Contudo, esse mesmo homem tido como racional não se vê como parte integrante de uma força sistêmica maior: o Meio Ambiente. E, assim como existem na natureza humana suas peculiaridades, o Meio Ambiente é belo e rico graças à diversidade e complexidade de sua natureza, dos seus ecossistemas. Porém, o homem “civilizado” não se contenta em ser tão somente uma peça dessa magnífica engrenagem. Ele busca ser sempre o seu operador. Encontra-se aí o grande problema: como o ser humano, tido como racional, tem se comportado ante as questões ambientais? Qual papel ele tem exercido na biosfera terrestre? Infelizmente, o pior papel possível, o de vilão.


Que o homem é o principal agente de transformação da natureza e que tem o poder não só de adaptar-se a ela, mas de transformá-la, ao seu contento, em busca de um pretenso desenvolvimento de sua espécie, isso ele já compreendeu. Entretanto, a incompreensão se dá ao não perceber que ele é não só esse agente de força desproporcional ante as demais espécies que na natureza cada vez mais fragilizadas se encontram, mas, sobretudo, o causador de todos os danos a elas imputados.


O ser humano não compreende que as mazelas ambientais por ele causadas, serão, num futuro bem próximo, não só o fator determinante da extinção de todas as espécies tidas como as mais frágeis dos ecossistemas da face terrestre, como também o vetor da sua própria extinção. Como diria Hobbes, o homem é o lobo do próprio homem.


Como buscar o desenvolvimento pleno sem uma real melhoria na qualidade de vida dos cidadãos? E, como alcançar qualidade de vida sem um meio ambiente saudável e equilibrado? Ficam as questões para todos nós, seres humanos, nos debruçarmos o quanto antes em busca de respostas plenas e definitivas.

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