
Por Jussara Midlej*
Na simultaneidade do nascimento e da morte a expressão inquietante de Heráclito, acima, resume os dois planos da vida, em especial a sua efemeridade. Traz à pauta o mistério de suas múltiplas dimensões. A morte, ao não anular a vida, atravessa-a. Diante de sua presença, instaura-se uma abertura para os momentos que se foram: são marcas que inquietam e reverberam - insistem em permanecer pelo tempo que se segue…
Ao envolver o acidental do acontecimento, a interrupção da trajetória humana acende um lume para as marcas de empatia contidas na pessoalidade de quem se foi deste palco: de ordinária, a vida se transmuta em extraordinária e faz refletir… nos corredores, os encontros havidos – e que agora se apresentam de modos inusitados – ganham renovadas afecções e passam a ressoar, na alma, pelo tempo vindouro e por aí afora…
A partir desse domingo, com a partida prematura do colega Sarmento, as lembranças de efêmeros encontros desassossegam e ficam a reverberar nas tramas subjetivas de quem com ele entrecruzou – parecem querer demonstrar-nos que nossa humanidade necessita ser mais humana e menos apressada nas relações com a cotidianeidade da vida.
A inquietação que envolvia a aura do colega, de modo brusco, concita-nos a pensar nas possibilidades de redesenhamentos da vida em grupo. É verdade: a empatia está na ordem mais direta do dia!
Jussara Midlej é professora - fractaisdemim.blogspot.com
Um comentário:
O caro professor, o querido mestre e amigo Sarmento encantou-se; seres humanos especiais como ele foi, não morrem; agora ser espiritual, por certo está ao lado de outros seres espirituais que nesta passagem terrena contribuíram para o bem da humanidade; minhas reverências ao querido mestre e querido amigo.Que Deus o tenha.
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