terça-feira, 16 de março de 2010

Reflexão do Dia


Quintiliano nasceu em Calahorra no ano de 35 e faleceu em Roma no ano 96. Foi professor de retórica, filólogo conceituado e advogado. Recebeu toda a sua educação em Roma, onde mais tarde abriu uma escola de Retórica. Foi o primeiro professor a ser pago pelo Estado.

A única obra que chegou até aos nossos dias foi "Institutio Oratoria", um texto de doze volumes que primou sobretudo por ter sistematizado e compactado a tradição retórica até então conhecida. Esta concepção privilegia por um lado a eloquência e a ornamentação do discurso belo, a atitude moral e ética do bom orador. A retórica define-se então como a ciência que apreende em si as qualidades do discurso quer as do orador. Nesta acepção, Quintiliano identifica três conceitos chave: arte, artífice e obra. A arte deve ser entendida como a disciplina do falar bem. O artífice é o orador que precisa de saber falar bem e de ser um humano que presa a ética. A obra é o que é realizado pelo artífice: um discurso direccionado para o público alvo.

A obra de Quintiliano compreendeu ainda a reflexão sobre as relações entre a retórica, filosofia, cultura e a ética. Por centrar parte da sua reflexão no estudo das características que o orador tem de desenvolver e manter para ser um homem de bem, "Institutio Oratoria" é também considerado como um dos primeiros tratados sobre pedagogia. Neste precioso trabalho, Quintiliano debruçou-se também no estabelecimento de directrizes para a formação do povo romano desde a sua infância.

De referir ainda que, apesar de toda a obra ser na linha de Cícero, Quintiliano desenvolve a ideia de que a filosofia apenas se afirma recorrendo à retórica, o que na tradição retórica, abalou as bases platónicas e abriu portas a novos entendimentos da retórica em harmonia com outros saberes e ciências.


"A consciência vale por mil testemunhas".


Quintiliano [35 - 96], Professor, Filólogo e Advogado Italiano.

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